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quinta-feira, 30 de setembro de 2010


O começo de toda mudança é o
sorriso. Mas é importante que o ato de
sorrir seja sincero e expresso nas ações,
nas atitudes, para que o efeito seja
verdadeiro e duradouro. Caso contrário será
como ensina Tolstoi:
“Cada um pensa em mudar a
humanidade mas ninguém pensa em
mudar a si mesmo”.

Não baseie sua felicidade em esperar
sempre gratidão de outros, pois poucos são
gratos.
Muitos esquecem! Se você for
capaz de amar a TODOS sem esperar
retribuição, evitará frustrações.
Ame e perdoe os “amigos”. Eles são
como formigas no mel quando tudo está
bem em nossa vida. Mas em nossas
adversidades se dá o oposto: a maioria
desaparece como o nevoeiro ao chegar o
Sol.

SOMOS FRÁGEIS


SOMOS FRÁGEIS. Alguém disse:
“Nascemos com medo, vivemos com
medo e morremos com medo, ou de medo”.
Aquele que disser que não tem medo
de nada, já está com medo de dizer a
verdade.
Tanto o corajoso quanto o covarde
têm medo, a diferença é só o autocontrole.
Veron ensinou:
“A coragem é a arte de ter medo sem
que ninguém perceba”.

EPÍLOGO




Ah, meu caderninho! Você está repleto de
frases das mais belas do mundo. Não as troco por
dinheiro nenhum. Têm me ajudado muito.
Agora que o terminei, vou sair um pouco e
apreciar a minha montanha meditando nas frases.
Quero sentir a brisa lá fora e olhar para as
mesmas estrelas que me deram as boas-vindas
quando nasci.
Qão bela está esta noite! As estrelas estão
tão próximas daqui. Quase as toco com as mãos!
Vieram beijar a montanha.
Quero dar uma pausa na correria da vida e
olhar para isso que o maior dos artistas fez para deslumbrar os meus olhos, minha mente.
Admirando este manto azul aveludado,
cheio de brilhantes pingos de prata, eu me lembro
de um poema de Davi. Todo o céu é mudo, mas
fala sem dizer uma só palavra. Ouço.
" Os céus declaram a glória de Deus e a
expansão está contando o trabalho das suas
mãos...quando vejo os teus céus, trabalhos dos
teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste,
que é o homem mortal para que te lembres
dele?...Tu o fizeste um pouco menor que os anjos;
de glória e honra o coroaste e o designaste sobre
as obras das tuas mãos."
Ah! Como procurei desde criança frases
como essas! As estrelas são minhas, eu sentia
isso, só não sabia como, mas agora sei. Apesar
de Deus ter feito as estrelas tão magníficas,
aglomeradas em um número incalculável num
espaço de muitos bilhões de anos-luz, Sua
memória é tão vasta quanto o infinito e LEMBRASE
DE MIM! Ele dá tanto valor a toda a água dos
oceanos quanto à minha pequenina lágrima!
E esta frase decisiva e maravilhosa: "sou
apenas menor que os anjos!?
Ora, existe algo melhor para o coração do
que isso? Por que demorei tanto para saber algo
tão simples, que depois dos anjos...sou eu!
Então, se sou apenas menor que os anjos,
tenho muito valor aos olhos Daquele que fez as
estrelas e que, colocando-as em rumos fixos e
rígidos teve a amorosa idéia de dar vida e a sua
semelhança a um simples montinho de pó. Um punhado de pó com condições de decidir a favor
da paz, da justiça, da verdade e do amor,
colocando-o num planeta lindo, uma jóia azul,
num dos cantinhos da Via-Lactea para, de lá,
admirar todas as outras galáxias!
E para admirá-las me deu os olhos para
contemplar tudo. E, exagerando na sua bondade,
no seu amor e na sua tecnologia sobre a vida, fez
com que eu pudesse ver em cores. Deu-me os
ouvidos para que eu ouvisse o canto dos
pássaros, o murmúrio do mar e a Sua canção - a
canção de Deus - na voz do vento. Deu-me o tato
para que sentisse a brisa fresca e suave por onde
Ele sopra. E o olfato para que me admirasse com
as fragrâncias das flores do seu jardim em
número incalculável. E o paladar? Para que eu
experimentasse todos os sabores que inventou e
nunca me cansasse.
Ele me deu tudo isso e muito mais coisas!
E ainda, de contra-peso, sendo Ele a
FONTE DA VIDA, afirma que eliminará a morte!
Esta coisa abominável que eu tanto detesto. Esta
assassina que tira de mim, arranca de mim e de
todos, os entes queridos, os amigos, os irmãos
humanos, os companheiros da jornada da vida.
Esta coisa detestável que só existe com a
finalidade de fazer sofrer e chorar, que não serve
para nada e é só um grande desperdício.
A quem, até hoje, esta infame não fez
soluçar, derramar lágrimas alguma vez e provocar
a mais longa das saudades com a grande dor do
nunca mais - apesar do "consolo" religioso ? És
infame sim, meu coração, meu íntimo mais profundo grita: morte és infame, "és a maior
inimiga do homem" - como diz uma frase da
Bíblia.
Morte! Assassina é o seu nome! Aquela
que interrompe um desejo natural, com o qual eu
nasci, pois fui programado com a vontade de
viver, viver, viver cada vez mais. Sei que muitos
camuflam esse sentimento, dizendo "não temer a
morte e que ela é natural, e que quando partirem,
partirão numa boa sem nenhum questionamento".
Mas estarão dizendo a verdade genuína no
íntimo?
Eu não penso, nunca pensei e não me
envergonho de falar a verdade: detesto, repudio a
morte, pois meu íntimo sente que fui feito para
viver e que ela é uma contradição, é uma
aberração da vida. E como prova cabal, penso
nos quadros tristes que se desenrolam nos
velórios. O sofrimento nos velórios mostra a
verdade do íntimo humano. Por que os velórios
não são alegres, por exemplo, como num
aniversário? A resposta é simples; a morte é o fim
dos aniversários! Então por que endeusa-la e
torcer a verdade, como se a morte fosse amiga e
mentir para mim mesmo?
Se a morte fosse boa, natural e necessária,
o próprio Filho de Deus a teria enaltecido e falado
bem dela. Mas ele não fez isso nunca. Ao
contrário, quando morreu seu amigo Lázaro, de
Betânia, ele não disse aos presentes: "fiquem
alegres, pois Lázaro está melhor agora do que
antes..." ou coisas assim. Não! O Filho de Deus
gemeu, sofreu, ficou triste, CHOROU e ressucitou o amigo. Tirou-o do túmulo.
Ressucitou, ainda, o jovem filho da viuva de Naim;
teve pena da viuva. Por que não disse a ela que a
morte era boa? Ressucitou a filha de Jairo. Por
que não disse a Jairo que a morte da menina era
coisa melhor que a vida na Terra?
Essas amostras grátis e muitas outras do
remédio contra a morte já foram dadas no
passado...não são novidades. Vale a pena viver,
não desistir da vida mesmo que eu tenha que por
algum motivo morrer por algum tempo. Ora,
tempo que nem se percebe!
Ah, caderninho! Agora que sei tantas
coisas belas, e que a assassina terá seu fim, ao
invés de chorar pelas tristezas da vida, do topo
desta montanha tenho que cantar para as estrelas
ouvirem.
Elas não sabem o que perderam por serem
só estrelas, e o que eu ganhei, o que nós, os
humanos, ganhamos, por sermos só montinhos
de pó mas vivos e com a semelhança do Criador
delas, pois, apesar de todos os meus e os nossos
problemas, que um dia terão fim, eu sinto:
MARAVILHOSA É A VIDA!
Maravilhosa é a vida quando amamos.
Quando apesar de ter todos os motivos não
abrigamos o ódio, o rancor ou a hostilidade,
mesmo quando outros, fingindo-se leais, agem
hipocritamente enquanto confiamos neles,
procurando nos fazer algum mal e, mesmo assim,os perdoamos, sejam quais forem os males
cometidos.
Maravilhosa é a vida quando não temos
nada para nos arrepender. Mas como é melhor
ainda, quando reconhecemos nossos erros, e
sabendo que os nossos atos fizeram outros
derramarem lágrimas, buscamos o perdão,
tentando reparar o mal, se for possível.
Maravilhosa é a vida quando entendemos
que a humanidade é composta de personalidades
de todos os tipos. Há os que ajudam e os que
derrubam. Os que constroem e os que destroem.
Os que elogiam e os que criticam. Os que invejam
e os que desejam o bem. Os que amam e os que
odeiam. Os que são verdadeiros e os que fingem.
E quão bom é quando, a todos, indistintamente,
desejamos um bom dia, mesmo que não nos
ouçam nem nos queiram ouvir dizer.
Maravilhosa é a vida quando entendemos
que o ódio - mesmo aquele que achamos
justificado - é como uma serpente venenosa que
nos morde se o abrigarmos dentro de nós.
Maravilhosa é a vida quando ajudamos os
amigos. Mas é maravilhosa também quando
nunca buscamos a vingança e auxiliamos os
inimigos a apagarem o fogo sobre as suas
cabeças, que eles mesmos acenderam por
procurarem nos prejudicar. A vida é maravilhosa quando não gastamos nossa energia tentando
rebater ou dar ouvidos às críticas injustas e
invejosas, quando direcionamos nossa energia
para elogiar e erguer os outros, mesmo que
achemos que não mereçam. E quando fazemos
isso com o sorriso sincero - pois o sorriso
verdadeiro é o começo de toda mudança -
funciona mesmo. Sei que não posso mudar as
pessoas, mas quando eu, de verdade, resolvo
mudar, todos "melhoram" em consequência disso.
Até o cãozinho entende isso.
Maravilhosa é a vida quando em face de
uma derrota, voltamos ao mapa, analisamos onde
foi que erramos na busca do objetivo não
alcançado e tentamos outra vez, por outra trilha. A
vida é maravilhosa quando fazemos da
persistência nossa arma favorita, porque a
persistência é a mãe das realizações. Quão
maravilhosa é a vida quando não ficamos só no
uso das palavras mas agimos, nos colocamos em
ação na busca da realização do sonho, pois, só
palavras não bastam. Sem a ação nada existe. De
que valeria o solo, o arado e o cavalo, se o
agricultor não pegasse no arado?
Maravilhosa é a vida quando colocamos a
vontade e o entusiasmo como mola propulsora de
tudo, pois sem a verdadeira vontade tudo é inútil,
fútil. Quão maravilhosa é a vida quando
mantemos acesos nossos objetivos e temos
metas a alcançar. Quando nunca dizemos sem
um motivo de força maior: desisto do sonho. Ora, o Sol nasce todos os dias e mesmo que sua luz
não apareça por causa das nuvens eu irei buscálo,
subirei acima delas. E se parecer impossível
buscarei ajuda, e alguém que conhece o caminho
me levará até lá.
Maravilhosa é a vida quando mesmos
persistentes somos ora prudentes ora ousados, e
calculamos o custo antes de um empreendimento.
São perigosas as palavras "o corajoso mergulha
de cabeça em tudo". É necessário a cautela, pois
não existem coragem ou covardia. O corajoso é
como um ator, ele é apenas aquele que tem o
mesmo medo que o outro tem, mas não deixa
ninguém perceber.
Maravilhosa é a vida quando
desenvolvemos o difícil hábito da paciência, e
entendemos que a dor de hoje não durará para
sempre, e que a felicidade é como um pássaro e
pode voar a qualquer instante. A vida continua
maravilhosa quando entendemos que, assim
como as lágrimas se transformam em sorrisos,
estes, podem dar lugar às lágrimas.
Maravilhosa é a vida quando temos toda a
saúde. Mas, não deixa de ser maravilhosa
quando, apesar de algum mal físico, conseguimos
mantê-la acesa mesmo que a chama seja menor,
menos intensa. É só uma questão de adaptação.
Quão maravilhosa é a vida quando temos o
pleno uso de todos os nossos sentidos. Mas é maravilhosa também quando, apesar de nos faltar
um dos sentidos ou um órgão, ou membro, todo o
restante do corpo sob o comando de uma mente
esperançosa se supera, luta e persiste, pois é ali
que damos mais valor à vida.
Maravilhosa é a vida quando não ficamos
insatisfeitos com nossa aparência física. Quando
entendemos que o "ser feio ou bonito" é uma
ilusão de nossa mente diante do espelho e que
isso é temporal, passageiro. Poucos anos nos
modificam e desmancham tudo. E caso façamos
boas e belas plásticas, nunca nos esqueçamos
que a verdadeira plástica é a do íntimo. Ora, se
ficarmos postados discretamente num lugar
movimentado notaremos que há faces e corpos
de todos os tipos. Nos sentiremos bem contentes
conosco depois dessas observações.
Maravilhosa é a vida quando aprendemos
que ela é uma alternância entre o bem e o mal e
que a felicidade nunca é completa; que não não
há quem não tenha obstáculos a vencer. E que
quando um obstáculo parecer intransponível,
devo fazer os cálculos entre perdas e ganhos,
mas se o resultado for perdas e perdas, é sábio
escolher o mal menor e me adaptar à nova
situação, sem desistir de viver.
Maravilhosa é a vida quando não sofremos
para tentar "ser o outro". Quando entendemos
que a gota d'água quer se transformar num Sol,
mas depois percebe que uma simples nuvem pode tapar a sua luz. Feliz a gota que entender
isso e procurar em si mesmo os seus próprios
talentos, suas próprias qualidades, e não buscálas
em outros. Feliz a gota que compreender que
até o mar tem problemas, que todos têm
problemas ou, de alguma maneira, limitações.
Feliz a gota que aprender que, o único que não
tem limitações é DEUS, e que quando tudo falhar
e não parecer haver solução...a única solução é
ELE...pois até para a morte ele tem o remédio,
porque Ele é a FONTE DA VIDA.
Maravilhosa é a vida quando estamos no
tempo de "vacas gordas" e pilotamos o barco do
sucesso. Mas não é menos maravilhosa quando
enfrentamos com coragem todo tipo de tempo de
"vacas magras". É maravilhoso quando entramos
com um barquinho frágil num mar de tormentas e
o pilotamos bem, pois é nesses momentos que se
conhece o bom piloto.
Maravilhosa é a vida quando temos muito.
Mas é maravilhosa também quando sabemos
viver com o pouco. Quando entendemos a frase
de Abbot que diz: "Eu me sentia triste por não ter
sapatos até o dia em que encontrei um homem
que não tinha os pés".
Maravilhosa é a vida quando permitimos
que as árvores da verdade brotem em nosso peito
arrancando as árvores da mentira, mesmo que
doa. Porque a verdade dói mas cura, e a mentira parece doce mas é um mal crônico, incurável, que
leva a vida ao abismo do qual não há retorno.
Maravilhosa é a vida quando somos
contaminados e portadores do vírus do amor, da
esperança, da fé e da humildade, pois a fé, tão
valorosa, infelizmente, "não é propriedade de
todos" - como diz bela frase da Bíblia.
Quão maravilhosa é a vida quando
amamos os que nos amam. Mas como é
maravilhosa também quando amamos àqueles
que nos tratam com indiferença sem nos ter
nenhum amor. Quão maravilhosa é, quando em
tudo o que fazemos, emolduramos com o amor
próprio e aos outros.
Maravilhosa é a vida quando sabemos que
o amor, em todas as situações sempre deixa um
saldo positivo e nunca falha mesmo. Porque foi
o amor que originou o Universo. Sim, a mais
bela das frases bíblicas afirma: Deus é amor.
Maravilhosa é a vida quando, a qualquer
idade, apesar de "maduros" e desgastados pelo
tempo, temos no peito as mesmas emoções de
uma criança; criança que vê o Universo como se
fosse um maravilhoso brinquedo, presente de um
pai, para que brinque nos seus quintais, de
ciranda-cirandinha por toda a eternidade.
Que nunca deixe de existir a criança
dentro de mim! Por que a idade de um homem
não é medida pelas suas rugas, pelos cabelos brancos, nem pelos anos que conta; mas pelo
que tem no coração, pelos sonhos, pelos
objetivos, pela sua vontade de viver. Ele pode
ser um velho ao 20 anos ou um jovem aos 90!
Quão maravilhosa é a vida quando
descobrimos que ela não é só isso que os
padrões clássicos estabeleceram, ou seja,
quando entendemos que no bosque há mais do
que apenas lenha para a fogueira.
BOA ESCALADA,
COMPANHEIRO DE MONTANHA DA VIDA!



fim

Ser professor(a).






Falar da docência é falar das várias profissões que transpõem e se sobrepõem a esta.

Enquanto professores...

Somos mágicos,

ao fazermos malabares com diversas situações que atingem nossa imagem e a

vida pessoal.

Somos atores, somos atrizes,

que interpretam a vida como ela é, sentimos e transmitimos emoções ao

conviver com tantas performances.

Somos médicos,

ao receber crianças adoentadas pela miséria, pela falta de tempo da família,

pela carência de tempo de viver a própria infância.

Somos psicólogos,

ao ouvir as lamentações advindas de uma realidade dura,

que quase sempre nos impede de agir diante do pouco a se fazer.

Somos faxineiros,

ao tentarmos lavar a alma dos pequenos,

das mazelas que machucam estes seres tão frágeis e tão heróicos ao mesmo tempo.

Somos arquitetos,

ao tentarmos construir conhecimentos, que nem sabemos se precisos, que nem

sabemos se adequados.

É só parar para pensar que talvez seja possível encontrar em cada

profissão existente um traço de nós professores. Contudo, ser professor,

ser professora é ser único, pois a docência está em tudo, passa por todos,

é a profissão mais difícil, mas a mais necessária.

Ser professor é ser essência,

não sabemos as respostas.

Estamos sempre tentando,

Às vezes acertamos, outras erramos, sempre mediamos.

Ser professor é ser emoção

Cada dia um desafio

Cada aluno uma lição

Cada plano um crescimento.

Ser professor é perseverar, pois, diante a tantas lamúrias

“não sei o que aqui faço, por que aqui fico?”

fica a certeza de que...

Educar parece latente, é obstinação.

Ser professor é peculiar,

Pulsa firme em nossas veias,

Professor ama e odeia seu ofício de ensinar

Ofício que arde e queima

Parece mágica, ou mesmo feitiço.

Na verdade, não larga essa luta que é de muitos.

O segredo está em seus alunos, na sua sala de aula, na alegria de ensinar

a realização que vem da alma e não se pode explicar.

Não basta ser bom... tem que gostar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

É uma História muito linda.. Pense Nisso!!!!!!



Eram aproximadamente 22:00 horas quando um jovem começou a se dirigir para casa.
Sentado no seu carro, ele começou a pedir:
- 'Deus! Se ainda falas com as pessoas, fale comigo.
Eu irei ouvi-lo.
Farei tudo para obdecê-lo'
Enquanto dirigia pela rua principal da cidade, ele teve um pensamento muito estranho:
- 'Pare e compre um galão de leite'.
Ele balançou a cabeça e falou alto:
- 'Deus? É o Senhor?'.
Ele não obteve resposta e continuou dirigindo-se para casa.
Porém, novamente, surgiu o pensamento:
- 'Compre um galão de leite'.
'Muito bem, Deus! No caso de ser o Senhor, eu comprarei o leite'.
Isso não parece ser um teste de obediência muito difícil...
Ele poderia também usar o leite.
O jovem parou, comprou o leite e reiniciou o caminho de casa.
Quando ele passava pela sétima rua, novamente ele sentiu um pedido:
- 'Vire naquela rua'.
Isso é loucura...
- pensou
- e, passou direto pelo retorno.
Novamente ele sentiu que deveria ter virado na sétima rua.
No retorno seguinte, ele virou e dirigiu-se pela sétima rua.
Meio brincalão ele falou alto
- 'Muito bem, Deus. Eu farei'.
Ele passou por algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar.
Ele brecou e olhou em volta.
Era uma área mista de comércio e residência.
Não era a melhor área, mas também não era a pior da vizinhança.
Os estabelecimentos estavam fechados e a maioria das casas estavam
escuras, como se as pessoas já tivessem ido dormir, exceto uma do outro
lado que estava acesa.
Novamente, ele sentiu algo:
- 'Vá e dê o leite para as pessoas que estão naquela casa do outro lado da rua'.
O jovem olhou a casa.
Ele começou a abrir a porta mas voltou a sentar-se. -' Senhor, isso é loucura.
Como posso ir para uma casa estranha no meio da noite?'.
Mais uma vez, ele sentiu que deveria ir e dar o leite. Finalmente, ele abriu a porta...
- ' Muito Bem, Deus, se é o Senhor, eu irei e entregarei o leite àquelas pessoas.
Se o Senhor quer que eu pareça uma pessoa louca, muito bem.
Eu quero ser obediente.
Acho que isso vai contar para alguma coisa, contudo, se eles não responderem
imediatamente, eu vou embora daqui'.
Ele atravessou a rua e tocou a campainha.
Ele pôde ouvir um barulho vindo de dentro, parecido com o choro de uma criança.
A voz de um homem soou alto:
- 'Quem está aí? O que você quer?'
A porta abriu-se antes que o jovem pudesse fugir.
Em pé, estava um homem vestido de jeans e camiseta.
Ele tinha um olhar estranho e não parecia feliz em ver um desconhecido em pe
na sua soleira.
- 'O que é?'.
O jovem entregou-lhe o galão de leite.
- 'Comprei isto para vocês'.
O homem pegou o leite e correu para dentrofalando alto.
Depois, uma mulher passou pelo corredor carregando o leite e foi para a cozinha.
O homem a seguia segurando nos braços uma criança que chorava.
Lágrimas corriam pela face do homem e, ele começou a falar, meio soluçando:
- 'Nós oramos.
Tínhamos muitas contas para pagar este mês e o nosso dinheiro havia acabado.
Não tínhamos mais leite para o nosso bebê.
Apenas orei e pedi a Deus que me mostrasse uma maneira de conseguir leite.
Sua esposa gritou lá da cozinha:
- 'Pedi a Deus para mandar um anjo com um pouco de leite...
Você é um anjo?'
O jovem pegou a sua carteira e tirou todo dinheiro que havia nela e
colocou-o na mão do homem.
Ele voltou-se e foi para o carro, enquanto as lágrimas corriam pela sua face.
Ele teve certeza que Deus ainda responde aos verdadeiros pedidos.
Agora, um simples teste para você:
- Se você acredita em Deus, mande esta mensagem para todos os seus
amigos, inclusive para a mesma pessoa que te mandou.
Você tem 24 hs por dia, gaste algumas delas para fazer o bem.
Quanto tempo você leva para parar um pouquinho e ouvir Deus?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Por Amar Diferente

Livro: O sentido do filme.




Autor: Sergei Eisenstein

link para download:

http://lix.in/-8f84f6

Livro: Poesia com coisas.




Autora: Marta Peixoto

link para download:

http://lix.in/-896c7a

domingo, 19 de setembro de 2010

INSTANTES (JORGE LUIS BORGES)




Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico, correria mais riscos, viajaria mais.
Contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas,
nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente
cada minuto da sua vida: claro que tive momentos de alegria.
Mas se pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos.
Eu era um desses que nunca ia à parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente e um pára-quedas:
se eu voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.
(Jorge Luiz Borges)



Quantas e quantas vezes agimos assim, cerceando nossas vidas através de crenças e valores, nos podando, limitando possibilidades preocupados com julgamentos alheios? Passamos a querer controlar pessoas, coisas e fatos porque enfraquecemos nossa autoconfiança.
Para nos tornarmos realmente livres devemos resgatar nossa auto-estima através de uma nova forma de encarar a vida e a nós mesmos. Olhar-nos como um ser único, especial, com características e talentos próprios distintos de todos os demais, nem melhor e nem pior, é o primeiro passo. Ao nos compararmos nos tornamos pequenos, porque negligenciamos a imensidão da vida e dos recursos criativos que possuímos.Isso acaba gerando ansiedade, medo, angústia e frustração.
O desapego ao passado, aos pensamentos e sentimentos negativos acumulados ao longo da vida é de primordial importância rumo a essa conquista.O cultivo de uma atitude mental positiva nos torna mais serenos, felizes, autoconfiantes e integrados ao fluxo da vida. Passamos a irradiar uma nova energia e aí as coisas começam a acontecer naturalmente!

Sonha (Celso Japiassu)





Ao homem o pensamento lhe dizia sonha,

e a memória de amarras o prendia

a coisas mortas e a coisas que morriam.



Tecido em opaco, o olhar alcançava

o horizonte, as cores desmaiadas

e as demais roupagens de um dia.



A sombra desse dia anunciava a noite

e esta escondia o ritual da aurora

que trafegava num circulo sem nome.



Um rosto velho escondia-se

em outra face perdida e no silêncio

uma criança contemplava e ria.



O tempo estiolava-se ao sol

e ampliava o sonho

na própria noite onde crescia.



Éramos poucos. A madrugada

ecoava e a margem de um rio

reverbera a palavra e silencia.

OS HOMENS AMAM A GUERRA(Não sei com que armas os homens lutarão na Terceira Guerra, mas na Quarta, será a pau e pedra-Einstein)




Os homens amam a guerra. Por isso
se armam festivos em coro e cores
para o dúbio esporte da morte.

Amam e não disfarçam.
Alardeiam esse amor nas praças,
criam manuais e escolas,
alçando bandeiras e recolhendo caixões,
entoando slogans e sepultando canções.

Os homens amam a guerra. Mas não a amam
só com a coragem do atleta
e a empáfia militar, mas com a piedosa
voz do sacerdote, que antes do combate
serve a hóstia da morte.

Foi assim na Criméia e Tróia,
na Eritréia e Angola,
na Mongólia e Argélia,
no Saara e agora.

Os homens amam a guerra
E mal suportam a paz.

Os homens amam a guerra,
portanto,
não há perigo de paz.

Os homens amam a guerra, profana
ou santa, tanto faz.

Os homens têm a guerra como amante,
embora esposem a paz.

E que arroubos, meu Deus! nesse encontro voraz!
que prazeres! que uivos! que ais!
que sublimes perversões urdidas
na mortalha dos lençóis, lambuzando
a cama ou campo de batalha.

Durante séculos pensei
que a guerra fosse o desvio
e a paz a rota. Enganei-me. São paralelas
margens de um mesmo rio, a mão e a luva,
o pé e a bota. Mais que gêmeas
são xifópagas, par e ímpar, sorte e azar
são o ouroboro- cobra circular
eternamente a nos devorar.

A guerra não é um entreato.
É parte do espetáculo. E não é tragédia apenas
é comédia, real ou popular,
é algo melhor que circo:
-é onde o alegre trapezista
vestido de kamikase
salta sem rede e suporte,
quebram-se todos os pratos
e o contorcionista se parte
no kamasutra da morte.

A guerra não é o avesso da paz.
É seu berço e seio complementar.
E o horror não é o inverso do belo
-é seu par. Os homens amam o belo
mas gostam do horror na arte. O horror
não é escuro, é a contraparte da luz.
Lúcifer é Lubel, brilha como Gabriel
e o terror seduz.
Nada mais sedutor
que Cristo morto na cruz.

Portanto, a guerra não é só missa
que oficia o padre, ciência
que alucina o sábio, esporte
que fascina o forte. A guerra é arte.
E com o ardor dos vanguardistas
frequentamos a bienal do horror
e inauguramos a Bauhaus da morte.

Por isso, em cima da carniça não há urubu,
chacais, abutres, hienas.
Há lindas garças de alumínio, serenas,
num eletrônico balé.

Talvez fosse a dança da morte, patética.
Não é . É apenas outra lição de estética.
Daí que os soldados modernos
são como médico e engenheiro
e nenhum ministro da guerra
usa roupa de açougueiro.

Guerra é guerra!
dizia o invasor violento
violentando a freira no convento
Guerra é guerra!
dizia a estátua do almirante
com a boca de cimento.
Guerra é guerra!
dizemos no radar
desgustando o inimigo
ao norte do paladar.

Não é preciso disfarçar
o amor à guerra, com história de amor à pátria
e defesa do lar. Amamos a guerra
e a paz, em bigamia exemplar.
Eu, poeta moderno ou o eterno Baudelaire
eu e você, hypocrite lecteur,
mon semblable, mon frère.
Queremos a batalha, aviões em chamas
navios afundando, o espetacular confronto.

De manhã abrimos vísceras de peixes
com a ponta das baionetas
e ao som da culinária trombeta
enfiamos adagas em nossos porcos
e requintamos de medalha
-os mortos sobre a mesa.

Se possível, a carne limpa, sem sangue.
Que o míssil silente lançado à distância
não respingue em nossa roupa.
Mas se for preciso um banho de sangue
-como dizia Terêncio:-sou humano
e nada do que é humano me é estranho.

A morte e a guerra
não mais me pegam ao acaso.
Inscrevo sua dupla efígie na pedra
como se o dado de minha sorte
já não rolasse ao azar,
como se passasse do branco
ao preto e ao branco retornasse
sem nunca me sombrear.
Que venha a guerra! Cruel. Total.
O atômico clarim e a gênese do fim.
Cauto, como convém aos sábios,
primeiro bradarei contra esse fato.
Mas, voraz como convém à espécie,
ao ver que invadem meus quintais,
das folhas da bananeira inventarei
a ideológica bandeira e explodirei
o corpo do inimigo antes que ataque.
E se ele não atirar primeiro, aproveito
seu descuido de homem fraco, invado sua casa
realizando minha fome milenar de canibal
rugindo sob a máscara de homem.

-Terrível é o teu discurso, poeta!
Escuto alguém falar.
Terrível o foi elaborar.
Agora me sinto livre.
A morte e a guerra
já não podem me alarmar.
Como Édipo perplexo
decifrei-a em minhas vísceras
antes que a dúbia esfinge
pudesse me devorar.

Nem cínico nem triste. Animal
humano, vou em marcha, danças, preces
para o grande carnaval.
Soldado, penitente, poeta
-a paz e a guerra, a vida e a morte
me aguardam
- num atômico funeral.

-Acabará a espécie humana sobre a Terra?
Não. Hão de sobrar um novo Adão e Eva
a refazer o amor, e dois irmão:
-Caim e Abel
-a reinventar a guerra.

Cinco sentidos (Helena Barreto)




O toque dos dedos chegou tímido, experimentando, temendo reações, identificando limites. A pele suave do quadril era morena, quente. A resposta foi rápida, quase imediata. Sim, Helena gostava do toque daqueles dedos. Seu meio sorriso fez com que Mônica começasse a deslizar a mão pelas suas costas, descendo
ate o limite imposto pelo decote. As duas se olhavam como se estivessem sozinhas no universo - e, como não estavam, eram alvo da curiosidade ao redor.



Há muito as duas sabiam, se esperavam. Para as duas aquela cena já tinhasido imaginada, sonhada e desejada. Naquele momento, nenhuma das duas sabia como chegar onde sabiam que queriam ir - colar seus corpos, molhar seus sexos, acariciar as coxas, peitos, trocar línguas, salivas, gozos. Por enquanto, só os olhares denunciavam tanto desejo. Só daqui a pouco elas
viriam a provar o gosto da outra. Embora prenunciasse um temporal, o sexo foi suave, a sofreguidão da espera se transformou em tranqüilidade. E as duas aproveitaram cada palmo daqueles corpos, cada gota daquele gozo que as uniu.



Mônica sabia exatamente o que queria, enquanto Helena saboreava as surpresas da sua primeira vez com uma mulher. Adivinhara seu prazer com Mônica - a boca passeava pelos seios pequenos e duros, as mãos puxavam-lhe os quadris em movimentos firmes, e ela gozava com a coxa de Mônica no meio das suas pernas, pressionando seu sexo e proporcionando um prazer inédito, inesquecível. Mas isso ela só descobriria anos depois. Agora, ela so queria continuar gozando e fazer Mônica gozar. Tudo nela lhe dava prazer - o toque da pele o cheiro do sexo, o gosto do gozo, o som dos seus gemidos, a visão do seu corpo perfeito.



Anos depois, lembrando daquela noite, perceberia que experimentara prazer pelos cinco sentidos. Foi quando sentir se tornou um privilegio que ela se lembrou daquela experiencia de ter os cinco sentidos ativados, vivos - sim havia existido um momento na cama com Mônica em que gozara pelos cinco sentidos.



Agora, sozinha com suas memorias, desejava aquele sexo. Mas desejava sentir aquele prazer ao mesmo tempo intenso e ingênuo, pleno de insuficiencias.


Sim, faltava um pau lhe cortando a boceta. E era o prazer desta falta que fazia do sexo com Mônica tão dilacerante. Dilaceradas por um pau que não existe nem penetra, as duas se saciavam ate a exaustão. Se a falta nunca seria resolvida, então so restava a elas gozar, gozar, gozar.



Era, pensava Helena, a suposição e a promessa da satisfação plena que fazia do sexo com um homem uma experiencia comum, banal. E o gozo que anuncia complementaridade, plenitude, que engana, mente, promete com o que não se pode obter - nem no sexo, nem fora dele.



Helena tinha agora lembranças. E novos desejos, que teimavam em se anunciar. Na tela do seu computador corria o diálogo alucinado dos que buscam sexo na web. Anônimos, loucos, insanos, retratos patéticos da solidão. Mas o fato e que ela também estava ai, fazia parte daquela horda de mentes e mãos
que se movimentavam por trás de um teclado.



"Vou chupar você todinha. Enfiar minha língua no teu cu" , dizia
Tesao21. Por trás deste nickname, poderia ser um homem, uma mulher, ou até um cachorro. Sabia que não era aquilo que buscava, mas matava o tempo com pornografia barata. Procurava, sonhava, desejava sentir de novo seus cinco sentidos presentes, ativos, e duvidava de que ainda fosse capaz de ter um sentido sequer vivo, presente.



Eram as mortes. Muitas mortes, simbólicas ou não, tinham lhe tomado todos os sentidos. Tinham lhe tomado a própria vida. E vivia como se estivesse anestesiada. Com a eterna sensação de que não sobreviveria. Cada sonho enterrado, cada desistência que se acumulava, agora no seu corpo, flácido, desestruturado,
fora de eixo como sua alma. Deve ter havido um tempo em que seu corpo refletia a sua boa vontade com a vida. Mas isso foi antes. Antes de sobreviver a base dos trancos que dava. Machucava o corpo ate o seu limite, abrindo espaços, varando obstáculos - reais ou imaginários, não importa - e agora doía alma e corpo. Mas seria preciso parar. Refazer-se, reinventar-se. Morrer
também para recomeçar. Havia visto tantas mortes ao seu redor. Morria um pouco a cada uma delas, recobrara as forcas para sobreviver, seguia em frente, arrastando partes de si já mortas.



Olhava agora e se via morta por inteiro, na soma de todas estas partes que morreram ao longo do trajeto. Às vezes, para se proteger, usava de tanta força que fazia vítimas em volta.


Sim, muitas das mortes em torno de si tinham sido provocadas por ela, eram vitimas da monstruosa força que fazia na luta pela sobrevivência que empreendia. Não podia se unir a fracos porque tinha medo de ser como eles. Não podia se unir aos fortes porque tinha medo de não ser como eles. Solitária, não via em torno de si nenhum tipo de amor. Amar era privilégio de quem tinha uma vida. E ela ainda precisava forjar a sua. Desconhecia o verbo amar como
desconhecia a si mesma - se não era capaz de sentir cheiro ou gosto, como sentir amor? Ainda olhava e ouvia, porque os sentidos da visão e da audição eram os que precisava para sobreviver. Não entendia como, mas havia sim uma força que brotava dela e matava outro. Sentia-se uma assassina de outros que, queridos ou não, ousavam atravessar o seu caminho. Tinha
acabado de livrar sua filha desta sua monstruosidade que era ser mãe. Espera agora, torcia mesmo, para que ela sobrevivesse. Como não matar todos os outros?



Por isso desejava de novo sentir na pele o toque de Mônica. Arrepiava o corpo todo só de lembrar. O tesão ressuscitava os movimentos, estremecia o tronco, fazia subir da vagina uma espécie de eletricidade que era impossível ignorar. Sobrava alguma vida por onde era preciso recomeçar. Seu fio condutor
era aquela noite na cama com Mônica. Se pudesse voltar a se sentir tão plena novamente, recobraria forças para todo o resto. E o resto era a vida que lhe faltava. Em poucos meses completaria 40 anos e hoje tinha consciência de que era a data que lhe empurrava o desejo de ressuscitar. Seria possível rir, sentir, gozar como quando tinha 15 anos e so acreditava na vida?



Precisava se livrar de tudo em volta, das amarras que a tinham mantido funcionando, como um paciente em coma ligado a aparelhos. Solta das amarras, renasceria? Ou morreria de vez? Oscilava diariamente nesta resposta. Acordava todos os dias se sentindo no limite, no ultimo fio de uma rede invisível.


De noite, juntava seus pedaços para ter como recomeçar no dia seguinte. A soma desses dias não era nada, rigorosamente nada que se pudesse chamar de vida. Mas agora estava viciada nesta sensação de perigo, nesta aventura permanente de sobreviver. Se fosse diferente, seria o tédio ou a morte. Síndrome de abstinência. Era assim que antevia sua vida se parasse agora e tentasse escapar do ritmo alucinado da sobrevivência. Se tivesse coragem,
voltaria ao ponto em que parou, ao lugar em que se congelou e se anestesiou, se tivesse como tocar a si mesma através de Mônica.



Mas não acreditava mais nisso. Não acreditava mais em nada nem em ninguém.



*Escritora e jornalista brasileira, editora da revista Ibis Hispanica, mora em Madrid.

PROFESSOR E EDUCADOR: GILVAN LOURENÇO




FOTO by NATHANA LIMEIRA

Vidas (Celso Japiassu)



As vidas que passaram

deixaram portas abertas

para labirintos.



Sendas, clareiras

em selvas e sombras

de retorno inútil.



O tempo cerca a memória,

retém os seus contornos

e a forma de um desenho.



Mas é um traço sem formas

como se fora a mancha

dessas vidas, seu percurso.



Este universo vazio dos instantes

marcados no compasso

dessas vidas, uma a uma.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Textos – Análises interfrásticas e gramáticas do texto e outros



3 primeiros capítulos (“Análises interfrásticas e gramaticais de texto”, “A virada pragmática” e “A virada cognitivista” sucessivamente) do livro “Introdução à Lingüística Textual – Trajetória e grandes temas”


Autor: Ingedore Grunfeld Villaça Koch
Link para download:

http://lix.in/-86b295

LINK NOVO

Texto: Autor Defunto

Autor: Abel Barros Baptista

IN: A formação do nome – Duas interrogações sobre machado de assis

link para download:

http://lix.in/-86c0eb

Livro: Introdução à semântica



Autor: Rodolfo Ilari

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http://lix.in/-853a36

Livro: Curso de Lingüística Geral


Autor: Ferndinand de Saussure

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http://lix.in/-8422a3